Fui pela 1ª vez a Marrakech este ano, em Abril. As minhas expectativas
não eram muito altas, tenho amigos que amaram, outros que odiaram… Estava
preparada para quase tudo, mas não para o que me aconteceu: apaixonei-me por
Marrakech!
O voo direto da TAP desde Lisboa leva-nos a um mundo exótico
e diferente em 1h40m. E a mala pode ser de cabine, basta umas roupas bem frescas.
O pior é depois trazer tudo o que comprámos…
Fui 4 dias na páscoa, com a família e amigos, e é suficiente
se se ficar só em Marrakech. Para ir a outras cidades e ao deserto têm que ser mais dias.
Sobre o alojamento não vos posso dar muitas dicas porque
ficámos numa casa fantástica duns amigos, na Palmeraie. Mas já me fartei de
pesquisar e pedir conselhos para a próxima vez que for, que espero seja em
breve.
Então, o que fascinou
em Marrakech? Perder-se nos souks é uma experiência única e obrigatória. Regatear
com os vendedores faz parte, eles levam a mal se não negociarmos e aceitarmos
logo o 1º preço, e eu descobri um talento em mim que desconhecia. Se formos
educados, eles são muito simpáticos e basta um “non, merci” firme, para nos
deixarem em paz. A gastronomia é variada, com imensos legumes, e mesmo eu, que
sou esquisitinha e não gosto de borrego nem de picantes fortes, comi coisas
óptimas. Surpreendeu-me a limpeza, vi sempre pessoas de vassoura na mão a varrer
as praças e ruas. Claro que no meio dos souks não é bem assim… Só estando lá se
consegue perceber o fascínio, as cores, os cheiros…aconselho muito uma visita!
Dicas práticas
Onde ficar:
Na Medina – para quem gosta de estar próximo da “confusão”,
dos bares e restaurantes…
Na
Palmeraie – se a ideia for descansar e só ir para a
Medina passear e jantar, quando apetecer. Eu fiquei aqui, adorei, mas envolve
sempre gastar mais dinheiro em transporte. Nós tínhamos uma van alugada todos
os dias, mas não ficou barato… Nesta zona aconselho o
Dar Ayniwen e
Les DeuxTours.
Onde comer:
Le Jardin – fomos jantar cedo, ainda com alguma luz, e
gostei da decoração e do jardim, onde estava a nossa mesa. Comi uma Chicken
Tagine, muito boa, os outros pratos na nossa mesa também eram todos bons
(tagines variadas, salada marroquina, chicken brochette, lamb couscous).
Nomad – aconselho muito, comida simples mas boa (tagines,
saladas, couscous, grelhados…) e o sítio é fantástico. São vários andares com
mesas fora e dentro, com vista sobre os telhados da cidade e a praça. Ficámos
cá fora a almoçar, felizmente à sombra ( eles dão chapéus a quem precisar).
Também deve ser muito giro, e menos quente, ir jantar e beber um copo ao pôr do sol.
Dar Yacout – para jantar, comida típica num sítio muito
bonito. Não é barato…
Comptoir Darna – restaurante, bar e dança do ventre num
ambiente muito divertido.
Em todos estes sítios convém fazer reserva.
Onde não comer:
La Mamounia – restaurante marroquino. O hotel é líndissimo,
os jardins fantásticos, mas não vão lá jantar. O serviço do restaurante é muito
mau, a comida ok mas cara. Está feito!
La Famille – espaço muito giro, comida boa, mas fazem
racionamento de pratos por mesa… Nós eramos 9, com reserva antecipada para o
almoço, e quando pedimos disseram que só havia 4 saladas, 3 pratos de massa, e
duas pizzetas. Estranhamos - era cedo, 13h - já se ter acabado quase tudo da
ementa, mas conformámo-nos e partilhamos o que veio. Então vão chegando mais
pessoas e para as outras mesas já havia outra vez os mesmos pratos. Quando
chega a altura de pedir a sobremesa a empregada diz “para a vossa mesa só tenho
3 fondants de chocolate”. Reclamámos com a gerente, francesa, que nos disse que
podiam ser 4, vá…acrescentando que era essa a política do restaurante, quem não
gosta não vai! Pronto, está decidido, não volto lá! E claro que não comemos
sobremesas…
Notas: alguns restaurantes não servem álcool, nem uma
cervejinha!
Onde ir:
Jardin Majorelle – visita típica e incontornável. Há sempre
filas para comprar o bilhete de entrada, mas andam rápido. Excepto se for com
guia local, aí entra-se diretamente e o guia fica na fila a comprar as
entradas.
Le Jardin Secret – ainda não tem muitas pessoas a visitar,
só abriu ao público em 2016, mas vale a visita.
Palácio Bahía – é do final do séc XIX e actualmente pertence
ao governo marroquino. Bem conservado, e muito bom para tirar fotografias.
Mesquita Koutoubia – a principal mesquita de Marrakech, só é
permitida a entrada a muçulmanos.
Praça Jemaa El Fna – o centro de tudo, vendedores, músicos,
macacos, cobras “amestradas” (dizem eles), bancas de comida, dançarinos, sumo
de laranja… Jantar na Praça Jemaa El Fna é toda uma experiência (eu não o fiz,
mas conheço pessoas que jantaram e ainda estão vivas. E recomendam!).
Souks – um verdadeiro labirinto, com todo o tipo de
comércio, distribuído por zonas. Se me perguntarem em que ruas estive, não sei,
fui andando ao sabor do vento…
Como escrevi acima, é preciso negociar os preços
quando estamos interessados em alguma coisa, mesmo se acharmos uma pechincha, o
que muitas vezes é o caso. Se não o fizermos é considerado desrespeito.
Nunca
tirar fotografias a pessoas e às bancas sem perguntar primeiro se se pode.
Alguns marroquinos deixam, outros não. Nós respeitámos sempre o que nos
disseram e nunca tivemos problemas.
Outra coisa, aconselho as mulheres a não
vestir calções ou saias muito curtos, ou roupas muito decotadas quando andarem
nos souks. Há imensas turistas que andam meias despidas e não vi nenhum
problema, mas não há necessidade de chamar muito a atenção. Nós eramos 7
mulheres, umas de vestidos compridos e outras de calças e sentimo-nos sempre
muito bem. Eles adoram louras e metem-se sempre um bocadinho mais, mas nós tínhamos
uma e não ouvimos nada mais do que uns piropos, mais simpáticos do que se ouvem
muitas vezes por cá.
Não achamos nada perigoso, mas como há sempre muita gente,
aconselho ter cuidado com a carteira, como em qualquer lugar do mundo.
E pronto, agora é só ir! Eu vou voltar de certeza. E se me quiserem dar mais dicas, agradeço muito!